A Incrível Babosa
A incrível Babosa
Era o ano de 2011. Estava com minha mudança de cidade já programada. Fui visitar meus ex-sogros (isso existe??), os quais não via há muito tempo. Parecia que nada ali mudara. A casa, a disposição dos móveis, o vento... mas era bobagem minha. Muita coisa mudara, sim. Ambos já aposentados. Encontrei-o sentado em um banco, no quintal em frente à casinha simples e aconchegante. Ao seu lado, o sempre companheiro copo. Ofereceu-me. Era uísque. Agradeci, afirmando que não poderia beber àquela hora porque ainda teria que dirigir de volta uns 30 km. Ela, como sempre, voltada aos afazeres domésticos. Levaram um susto quando me viram depois de tanto tempo. Meu objetivo era tão somente visitá-los, como uma despedida, pois me mudaria para um lugar bem distante, sem saber quando poderia voltar.
A tarde transcorreu lentamente, enquanto conversávamos. Não pude evitar o comentário sobre a boa saúde de ambos, ele com 81 e ela com 80 anos. Ele passou, de forma entusiasmada, a narrar seus últimos dez anos. Ainda trabalhava como instrutor de auto escola quando buscou um médico para verificar sua saúde. Saiu com uma quase condenação à morte. Suas taxas estavam altíssimas, sua pressão arterial andava nas alturas e a saída era iniciar imediatamente o tratamento médico, o qual incluía enormes doses de medicamentos para os mais variados fins. Seu retorno seria dali a 30 dias para verificação.
Aí entrou em cena um colega que, tomando conhecimento do seu estado de saúde, apresentou-lhe à babosa! É claro que a reação inicial foi a mais comum: descrença. Como essa plantinha vai baixar a pressão, controlar o colesterol e todas aquelas taxas inomináveis? O colega deu-lhe um texto explicando sobre as experiências de um tal Frei Romano Zago e os resultados de seus experimentos com a babosa, inclusive na cura do câncer. Além disso, o colega preparou-lhe a receita e orientou como deveria tomar.
Ele não pensou duas vezes: largou aquela montanha de remédios que o médico impusera e passou a ingerir a receita de babosa. Sentia-se tão bem que correu ao médico na data marcada para entender o que estava acontecendo. É claro que preferiu não contar ao doutor que deixara toda a medicação receitada e a substituíra pela babosa. Feitos os exames, pimba! O médico, todo satisfeito, afirmou-lhe que a medicação dera excelente resultado, pois sua pressão e todas as taxas estavam normais. Resultado: deveria continuar com a medicação. Como é? Para sempre? De jeito nenhum! Aí não teve jeito: contou ao médico sua aventura com a babosa. o doutor, é claro, julgou sua opção totalmente absurda e "lavou as mãos" diante da decisão dele de continuar com a babosa e dar um enorme não aos medicamentos.
A casa deles se transformou. O quintal por trás da casinha ganhou duas áreas cobertas e recebeu uma plantação de babosa, pois ela não pode ficar exposta ao sol. Sei que parece forte dizer, mas ele foi alcóolatra por toda a vida. Isso deixou marcas eternas na família, composta apenas da mulher e de um único filho. Agora, tratando-se da babosa, continuava tomando sua bebidinha de todos os dias, sem maiores consequências (dá para acreditar?). E as tantas garrafas vazias que iam para o lixo, agora são higienizadas e se transformam em invólucro para aquele santo remédio de babosa.
Ele, para demonstrar seu bom estado físico, dava pulos firmes, batia em seu abdomen rijo, e afirmava, feliz, que não sentia mais nada. Ela, que nunca demonstrou fisicamente a idade, parecia agora congelada no tempo (de uns 10 anos antes). Não pude deixar de ficar matutando sobre aquilo tudo. Saí de lá ao entardecer, levando o texto do Frei Romano Zago. Assim que cheguei em casa, corri para a internet. E, por horas, li tudo o que encontrei sobre esse Frei e, claro, sobre a babosa. Pirei! Como nunca soubera disso antes!?
Não lembro se demorei mais do que uma semana para voltar na casa desses ex-sogros. Dessa vez, telefonei antes e informei que gostaria de pegar uma garrafa da receita de babosa para começar a tomar. E queria aprender como ela fazia. Tive que esperar pacientemente o entardecer, a hora certa para a colheita da babosa. Depois, fomos para a pequena cozinha preparar. Era incrível vê-los ali, juntos, ao meu lado, falando de cada passo da receita e enfatizando os cuidados extremos naquele preparo. Saí de lá com minha garrafada de babosa, mel e aguardente.
Seguindo as orientações, começamos, meu marido e eu, a tomar a babosa já na manhã seguinte, em jejum, conforme orientação. Nos primeiros dois ou três dias (não lembro) nos assustávamos todas as vezes em que íamos ao banheiro. As fezes eram fétidas e a consistência era pastosa. Só não desistimos porque, quando pesquisei, li que essa poderia ser uma consequência. Era o efeito depurativo da babosa. Concluímos que estávamos bem podres...
Desde então, nunca mais deixamos de tomar a babosa, com intervalos indicados. Cheguei a ganhar uns 30 kg, em função de ansiedades e problemas diversos (os quais já eliminei quase totalmente), mas minha pressão e minhas taxas ficam sempre dentro dos parâmetros normais. Lá em casa não tomamos qualquer remédio. Simplesmente porque não necessitamos. Não temos uma alimentação das mais balanceadas. Somos descendentes de portugueses e temos o hábito da boa e farta mesa. Também não somos malhadores. Aqui e acolá caminhamos um pouco. Agora que temos a orla à disposição, às vezes andamos por lá. Mas é só às vezes (raras).
Não estou fazendo apologia à comilança e ao ócio, usando a babosa como subterfúgio. Tenho consciência da necessidade de mudar tudo isso (já mudamos a alimentação). Mas tenho certeza que os hábitos mantidos nos últimos anos teriam nos prejudicado muito mais se não usássemos a babosa.
Já fiz várias receitas e dei a pessoas amigas e nem tanto, que precisavam de uma ajuda. Confesso minha frustração de não saber o quanto deu certo (ou errado) para elas. Mas continuo fazendo a propaganda, pois acredito efetivamente no poder dessa planta que a natureza nos proporciona. É fantástico. E quanto mais pesquiso, mais me encanto!
Resolvi, então, compilar um monte de textos informativos que encontrei pela internet e em informações obtidas nos livros do frei Romano Zago. Montei um informativo sobre a babosa. Vai ser o próximo post por aqui. Espero que alguém leia e consiga obter todos os benefícios que eu ganhei.
Só para finalizar, digo que o destino é bem caprichoso. Meu ex-sogro faleceu recentemente. Não foi por qualquer problema de saúde. Essa estava tinindo. O que o levou foi uma violenta queda, onde feriu-se na cabeça. Minha ex-sogra continua firme e forte. Tenho certeza que, não ocorrendo qualquer acidente, ela ultrapassa um século.
Simplesmente Marcia
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